domingo, 23 de junho de 2013

Nutricionista implementa medidas para melhorar a alimentação escolar

CENTRAL DE NOTÍCIAS Nº 7 – ABRIL DE 2011
A nutricionista Lúcia Noemia Weiss foi uma das responsáveis por mudanças sutis, mas significativas na alimentação dos alunos da rede escolar em Foz do Iguaçu: o conceito de merenda passou para alimentação escolar.
 
 
"A gente também está buscando que a alimentação seja um ato pedagógico dentro da escola, que não fique como um setor separado e seja incluído no currículo escolar."
Fotos: arquivo pessoal
 
 
Lúcia Noemia trabalha como nutricionista responsável técnica pela alimentação escolar no município há dez anos. Conta que aos poucos o trabalho dela e da equipe mudou o conceito de merenda – um simples lanche – para alimentação escolar, um direito dos estudantes que inclui alimentos mais saudáveis e atividades de educação nutricional. O projeto envolveu grande parte dos profissionais da rede de ensino, professores, diretores, merendeiras, além de pais e alunos.
A educação nutricional, aliás, faz parte da carreira de Lúcia desde o início, quando ela trabalhava em um hospital com apenas 30 leitos em Aratiba, no Rio Grande do Sul, administrado por uma associação de agricultores que tinha como filosofia a prevenção de doenças. A nutricionista coordenava o projeto cozinha-escola na instituição, ensinando as famílias dos pacientes – na maioria agricultores – sobre alimentação saudável. “Eu ficava dois dias no hospital e nos dias restantes dava curso de formação para as mulheres sobre alimentação orgânica e inclusão de alimentos saudáveis na dieta”, contou.
Depois de passar em concurso público em Foz de Iguaçu para a área de Saúde, ela mudou para a cidade. Como não foi imediatamente convocada para atuar pelo município, começou a trabalhar na área com alimentação coletiva, supervisionando a produção de alimentos no catering de uma empresa que preparava os alimentos servidos em aeronaves e em uma cozinha industrial. Foram quase três anos trabalhando na área de UAN e ela nunca deixou a educação nutricional de lado. Voluntária da Pastoral da Criança, Lúcia usava o conhecimento sobre alimentação saudável para combater a desnutrição e obesidade cooperando com os projetos da organização não governamental.
Em 2000, o município deixou de contratar empresas terceirizadas para produzir a alimentação escolar e Lúcia foi chamada para atuar, desta vez na Secretaria da Educação. “Foi uma área nova, um desafio elaborar o cardápio levando em conta os hábitos alimentares locais e os recursos disponíveis. Na época eu tinha um sonho: comprar os alimentos para a merenda produzidos pelos agricultores aqui no município. Agora já faz cinco anos que nós realizamos”, narra.
A profissional conta que no início a prefeitura começou a adquirir mandioca dos agricultores locais. Percebendo isso, vários agricultores passaram também a produzir e oferecer o produto. Com o passar do tempo a experiência foi se aprimorando e os próprios agricultores começaram a se organizar. “Agora os agricultores estão se organizando em uma associação e estão produzindo uma grande diversidade de alimentos, incluindo muitas frutas e verduras para atender as escolas. Isso tudo vai enriquecendo nossa merenda.”
Segundo Lúcia, o município procura adquirir os produtos dos agricultores das regiões próximas às escolas, o que incentiva a economia local e facilita a chegada dos alimentos mais frescos até os estudantes. A medida incentiva o agricultor a permanecer na terra e também estimula a alimentação saudável nas escolas.
“A criança da cidade também fica conhecendo de onde vêm os alimentos. Os professores estão realizando projetos sobre alimentação saudável. No ano passado, na Semana Mundial da Alimentação, além de outros projetos, uma creche fez uma feira, separando os alimentos por cor. De cada cor saíram diversas receitas e sucos feitas pelas próprias crianças. Os pais foram convidados a experimentar”, exemplifica.




Segundo a nutricionista, os bons resultados são consequências da compra direta e da capacitação frequente da equipe. Lúcia conta que existem ainda dificuldades devido à extensão do município e distância das escolas. Por isso, tem desenvolvido projetos como o “Manual da Merendeira” que traz informações sobre a recepção dos alimentos, armazenamento, preparo e distribuição para os alunos, assim tem sido possível envolver os demais profissionais.
“Elas têm um pouco de resistência no início, porque é mais trabalhoso. Mas, ao longo do tempo, passam a entender o enriquecimento que esses alimentos proporcionam para as refeições das crianças.”
A nutricionista também espera que em um futuro próximo cada escola possa contar com um profissional de nutrição que ajude a levar conhecimento sobre alimentação saudável para todos os estudantes. “A gente também esta buscando que a alimentação seja um ato pedagógico dentro da escola, que não fique como um setor separado e seja incluído no currículo escolar. Aumentar o quadro de nutricionistas com um profissional fazendo parte da equipe pedagógica é uma meta a ser atingida”.
Mas Lúcia quer avançar ainda mais nas conquistas já obtidas e, como novo projeto, a nutricionista e sua equipe trabalham agora em um site, um espaço na Internet que será dedicado à alimentação escolar e dieta adequada e trará receitas saudáveis que ficarão disponíveis para toda a população. “Esse é o nosso novo projeto, estamos trabalhando nisso para levar estas informações para toda a comunidade.”

Fonte: http://www.crn8.org.br/noticias/2011/cn07-medidas-melhorar-alimentacao-escolar.htm 

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